Gemidos. Suspiros. Eu acordo. - O que foi?
- Estou mal, dói tudo, acho que tenho que ir para o Hospital.
Eu acordo mais um pouco.
- Mas o que você tem?
- Estou com muita dor no peito.
Epa, opa, que conversa de dor no peito é essa? Meu menino é muito novo para me dar esses sustos! Sento na cama.
- Dor no peito, como assim? De que jeito?
- É de tanto tossir.
Ah, tá, vamos tentar entender. Tosse já tem dois dias e eu, como sempre, acho que essas coisas passam por si. O que é verdade, 99% das vezes, ué. Dor no peito, na nuca, pernas moles, suor, bonitinho acordou desesperado. Isso em um sábado, 6 e tico da matina. Nessas horas é que penso que, se tivesse tido algum filho, ia ser PHD em emergências domésticas da área da saúde. Mas não tive e nossos probleminhas, aqui, vão da ressaca à dor de estômago, uma cãibra eventual, só coisa pouca. Então, eu não sei.
E já que o horário não era de sair ligando para mãe dele, para amigo médico e nem adiantava fazer pedido para São Longuinho, eu fiz o que sei fazer: fui procurar no Google.
Tasquei os sintomas, abri uma página com jeito confiável, de uma secretaria de Saúde, li, voltei para o quarto e dei o diagnóstico para o moço doente: é gripe.
Gripe masculina, eu deveria ter acrescentado, porque deve ser hormonal essa coisa de achar que qualquer coisa é quase morte. Claro, não fomos consultar um médico (para não abusar da amizade, porque a vítima seria o médico amigo, claro). A simples pronúncia em voz alta do diagnóstico virtual já fez maravilhas pelo meu doente, que relaxou, gargarejou, comeu maçãs e kiwis cortados em pedacinhos pelas mãos amorosas desta que vos digita e voltou a dormir.