quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sério, série?

Sabe aquela tal de Shit My Dad Says? Aquela que é baseada no twitter de um fulano que vive com o pai, que é quem fala as merdas em questão?

Então. A continuar como no piloto, é uma... caca que não fede nem cheira. Capitão James T. Kirk merecia uma coisa melhor.


No improvável caso da série melhorar, alguém, por obséquio, venha me avisar. Agradeço.

Por enquanto,
"audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve" passou longe.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tomou?

Uma manhã dessas - sendo manhã, nem preciso explicar que não estava com os neurônios lá muito alertas - eu peguei o que achei que era um finalzinho de desenho animado (Leia-se qualquer série de animação como desenho animado, porque eu sou, digamos assim, antiga. Agradecida.) de bichinhos, na Globo.

É, às vezes eu deixo a TV do quarto ligada na Globo, enquanto pego no sono. Não, nunca tive pesadelos com a Ana Maria Braga. Thanx pela preocupação.

Era bem o finzinho mesmo e eu achei tão bonitinho que fui procurar o que era e se passava na civilização, digo, em algum canal da Sky. Surpresa! A tal de Galera Animal é uma ação da Nestlé, um substituto muito mais inteligente do que as puras e simples publicidades de produto. Tem site.

É muito bonitinho. São bichinhos. São filhotes. E, claro, vai virar bichinho de pelúcia, exatamente no esquema das inesquecíveis pelúcias da Parmalat.
Alguém duvida que vire febre?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Uma das pessoas mais incríveis que eu conheci, ever!



A última vez que nos falamos, coisa de década atrás, ainda na C-5, ele ligou para a gente e ficou emendando conversa por um tempão. E desde ontem eu só lembro, lembrança muito mais antiga, dele chegando na casa em que morei, em São Paulo... e dormindo até a hora de ir embora. Hélio Leite, sempre marcante. Nas palavras ou no silêncio.

Em algum lugar, devo ter guardada minha coleção de botões.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A coisa

A gente comprava discos de vinil e dizia “eu tenho todos os discos do fulano”, com orgulho de proprietário. Continuamos comprando CDs e tendo essa impressão feliz de possuir a obra de nossos artistas favoritos. Discos, livros, filmes em VHS, depois em DVD, toda a história que você conhece. Se nasceu a tempo, viveu.

Investimos, as últimas gerações, um bocado de dinheiro para ter essa sensação de posse. Claro que não tínhamos a ilusão de ter um produto único, mas era nosso produto único, reunido em coleções totalmente únicas, reflexos de nossa personalidade única e especial. Logicamente.

De repente a gente percebe que não possui a obra. Possui uma cópia da obra. Possui a mídia. E quando essa percepção fica mais nítida? Quando resolvemos fazer uma limpeza em casa e descobrimos uns bons metros cúbicos de fitas VHS, algumas ainda lacradas, ocupando espaço e recolhendo poeira. E nem temos mais um videocassete na sala (ok, eu ainda tenho um guardado, mas isso porque eu sou muito lerda em desapegar!).

Daí você olha os títulos e pensa que, qualquer coisa, sempre tem como baixar o filme para dar uma assassinada na saudade. E percebe que a mídia, a cópia, estão deixando de ser sinônimo da obra. Isso não é bom para a indústria cultural, claro, que vai ter que continuar rebolando para descobrir como sobreviver a essa guinada em seus gráficos de desempenho. Mas para você, consumidor de música, filmes, literatura? Quais são seus novos hábitos de consumo cultural? Qual foi a última vez que você ouviu um álbum inteiro? Comprou um CD? Desejou um box de série pela caixa, mais do que pelos episódios?

Eu, depois de anos sem comprar um CD de música, estou fazendo a coleção da discografia do Chico Buarque, essa que se compra em bancas (uma vida, aliás, fazendo coleções lançadas pela Abril!). E tenho lido que muita gente está fazendo a mesma coisa. Porque é uma coleção bonita, formada por objetos bonitos. CD/livreto/lombada bonita... Mesmo tendo todos os discos dele, o objeto me seduziu. Por ser bonito.

Então, o que nós queremos?

domingo, 26 de setembro de 2010

Trocando o gelado pelo quente

Houve uma vez em que eu fiz um blog chamado 8 Doses. A ideia, obviamente, era postar só depois de estar inspirada pela vodca.

Claro que durou pouco: se tem coisa que não costuma dar certo é usar o teclado online em estado etílico. É pior do que o discurso abraçativo “pô, você é o meu melhor amigo” ao vivo.

Claro, também, que eu não assinava o blog. Usava pseudônimo. Ainda não conhecia a etiqueta fake, naquela época. Adivinha meu pseudônimo, adivinha! Só não vale palpite do DJ.

O Blogger brasileiro bebeu todas as doses e não sobrou nem uma gota do blog, mas ninguém sentirá falta... Questão é que lembrei dele hoje, porque percebi que há tempos substituí a inspiração on the rocks por outra, igualmente líquida, mas muito melhor aceita socialmente: o banho. Não há lugar melhor para ter ideias, várias ideias. Boas ideias, até. Fico tão concentrada que de vez em quando tenho que rebobinar a fita e pensar se já passei ou não condicionador no cabelo.

Preciso, urgentemente, disso.

sábado, 25 de setembro de 2010

Emergência!!!

Gemidos. Suspiros. Eu acordo.

- O que foi?

- Estou mal, dói tudo, acho que tenho que ir para o Hospital.

Eu acordo mais um pouco.

- Mas o que você tem?

- Estou com muita dor no peito.

Epa, opa, que conversa de dor no peito é essa? Meu menino é muito novo para me dar esses sustos! Sento na cama.

- Dor no peito, como assim? De que jeito?

- É de tanto tossir.

Ah, tá, vamos tentar entender. Tosse já tem dois dias e eu, como sempre, acho que essas coisas passam por si. O que é verdade, 99% das vezes, ué. Dor no peito, na nuca, pernas moles, suor, bonitinho acordou desesperado. Isso em um sábado, 6 e tico da matina. Nessas horas é que penso que, se tivesse tido algum filho, ia ser PHD em emergências domésticas da área da saúde. Mas não tive e nossos probleminhas, aqui, vão da ressaca à dor de estômago, uma cãibra eventual, só coisa pouca. Então, eu não sei.

E já que o horário não era de sair ligando para mãe dele, para amigo médico e nem adiantava fazer pedido para São Longuinho, eu fiz o que sei fazer: fui procurar no Google.

Tasquei os sintomas, abri uma página com jeito confiável, de uma secretaria de Saúde, li, voltei para o quarto e dei o diagnóstico para o moço doente: é gripe.


Gripe masculina, eu deveria ter acrescentado, porque deve ser hormonal essa coisa de achar que qualquer coisa é quase morte. Claro, não fomos consultar um médico (para não abusar da amizade, porque a vítima seria o médico amigo, claro). A simples pronúncia em voz alta do diagnóstico virtual já fez maravilhas pelo meu doente, que relaxou, gargarejou, comeu maçãs e kiwis cortados em pedacinhos pelas mãos amorosas desta que vos digita e voltou a dormir.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Blé

Antigamente, a internet era límpida e eu era risonha e crédula. Acreditava que o encontro entre pessoas, online, tinha um potencial fantástico para derreter preconceitos. Porque nos relacionaríamos com a essência do outro, sem passar por nenhum crivo tradicionalmente gerador de conceitos prévios. Se a outra pessoa é cor de abóbora, multissexual, filha de mãe alienígena e pai mutante, uótever, nada importa. Um universo de pura expressão de ideias, compartilhamento de afinidades, emoções, bobajadas...

Em parte, isso até funciona. Abismos geográficos e geracionais são encurtadas como nunca antes na história deste planeta. Mas o preconceito é mais forte que a tecnologia e nos duelos entre informação X imaturidade, esta tem o péssimo hábito de vencer. E é assim que vemos um festival de ofensas de jardim da infância por aí - bobos! feios! chatos! velhos! suburbanos! Falta de argumentos, versão 2.0, segue firme e forte, mostrando que o ser humano pode ser raso em modelo presencial ou à distância.

Como era mesmo aquela frase do Tom Jobim, dizendo que quando não tinham nada para falar contra o próprio, diziam que o cachorro dele era feio? Não lembro e o Google, pelo jeito, também não.

Google, você é bobo!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Comida ou não comida

Terminei de ler o livrinho Regras da Comida – Um Manual da Sabedoria Alimentar, do jornalista norte-americano Michael Pollan. Livrinho no sentido físico/temporal do diminutivo. É um livro de poucas páginas e pouco texto nessas poucas páginas. Eu tinha lido sobre ele (a partir de alguém que tuitou a notícia do lançamento brasileiro do livro, ói o Twitter mudando a minha vida!) e fiquei curiosa.

A ideia é ótima, simples, cristalina: ajudar a gente a separar, na prática, o que é comida e o que são, expressão favorita do autor, substâncias comestíveis parecidas com comida. Uma misturinha de velhos ditados e conselhos da vovó com observações inteligentes sobre a vida atual – claro que a sociedade analisada no livro é a dos Estados Unidos, aquela em que, a se acreditar na série Revolução da Comida do Jamie Oliver, as criancinhas não sabem nem que cara tem um tomate. Mas como somos quintal ianque, as regras acabam sendo úteis para nossa realidade urbana.

Algumas regras interessantes ou o que lembro delas: evite as prateleiras centrais dos supermercados, é onde ficam os produtos mais processados. Junto às paredes ficam os mais frescos (analisando os supermercados que frequento, confere); evite comprar produtos alimentícios com mais de 5 ingredientes ou que tenha ingredientes que um pré-teen não consiga pronunciar; quer comer bobagem? Faça você mesmo. No final das contas, é um chamamento para a comida feita em casa, a partir de vegetais, peixes e até carnes obtidos da forma o mais natural possível. Ok, a gente já sabia disso. Mas não custa lembrar ou avisar os incautos entusiastas das comidas prontas.

Como praticamente tudo hoje em dia, o livro tem toques de humor. Humor gostosinho, do tipo que causa risadinhas leves a moderadas. E me deixou com vontade de ler outros livros do autor – e de cozinhar. Como se eu precisasse de muito estímulo!

Trechinho para ler em pdf.